A GALINHA
REIVINDICATIVA
"Em certo dia de data incerta um galo velho e uma galinha nova encontraram-se no fundo de um quintal, entre uma bicada e outra, trocaram impressões sobre como o mundo estava mudado. O galo, porém, fez questão de frisar que sempre vivera bem, tivera muitas galinhas em sua vida sentimental e agora, velho e cansado, esperava calmamente o fim de seus dias. Ainda bem que você está satisfeito - disse a galinha. - E tem razão de estar, pois é galo. Mas eu, galinha, fêmea da espécie, posso estar satisfeita? Não posso. Todo o dia pôr ovos, todo semestre chocar ovos, criar pintos, isso é vida? Mas agora a coisa vai mudar. Pode estar certo de que vou levar uma vida de galo, livre e feliz. Há já seis meses que não choco e há uma semana que não ponho um ovo. A patroa,se quiser, que arranje outra para esses ofícios. Comigo, não, violão! O velho galo ia ponderar filosoficamente que galo é galo e galinha é galinha e que cada ser tem sua função específica na vida, quando a cozinheira, sorrateiramente, passou a mão no pescoço da doidivanas e saiu com ela esperneando, dizendo bem alto: 'A patroa tem razão: galinha que não choca nem põe ovo só serve mesmo é pra panela'. Moral: Um trabalho por jornada mantém a faca afastada. Millôr Fernandes, "Pif-Paf". Edição de O Independente |
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01- Responda
:
a- Narrador: b- Foco Narrativo: c- Espaço: d- Tempo e- Personagens : protagonista antagonista secundários f- Clímax: g- Desfecho; |
02- O que a galinha quis dizer com a
pergunta” isso é vida?”
( ) que a vida é maravilhosa
( ) que suas atividades são sacrificantes ( ) que é muito fácil a sua vida |
03- O narrador diz que o galo é velho
e a galinha é nova. Que importância tem isso para o desenrolar da história?
A – ( ) É que o galo tem idade para ser pai da galinha. B – ( ) É que o fato do galo ser mais velho lhe dá maior experiência de vida, e a galinha ser nova faz com que seja mais imatura. C – ( ) É que o galo não serve mais para ser comido e a galinha sim. D – ( ) É que a galinha era reivindicativa e conseguia tudo o que queria através de seus manifestos |
04- A galinha dessa história, que na
verdade representa uma mulher, pode ser considerada uma feminista?
A – ( ) Não, pois não reclama de nada e gosta da vida que leva. B – ( ) Não, pois aceita sua condição social. C – ( ) Sim, pois acha que os homens poderiam também chocar e servir para a panela, como elas. D – ( ) Sim, pois considera os homens uns privilegiados. |
05- Qual mensagem podemos extrair
desse texto?
A – ( ) Que todas as vezes que reivindicamos somos atendidos. B – ( ) Que devemos aceitar tudo calados e nunca reclamarmos de nada. C – ( ) Que devemos ouvir os mais velhos. D – ( ) Que cada um deve cumprir com suas funções específicas, senão poderá ser punido. |
06- Qual é a diferença entre: galo
velho e velho galo.
07- Como você define a personalidade
da galinha?
08- O que a galinha quis dizer com a
expressão “vida de galo”?
09- Explique a expressão: “Comigo
não, violão!”
10- O significa “reivindicar? O que
você reivindica? Por quê?
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O DONO DA PORQUINHA PRETA
O pai de Zezinho queria vender a Maninha - porquinha de estimação do filho. Zezinho se revoltou e acabou tomando uma surra do pai. Decidido, levou a porquinha para um chiqueiro distante de sua casa. Só que naquela noite choveu muito e, no dia seguinte, o menino saiu em busca da porquinha com medo de que a enchente a tivesse levado. Descalço foi pelo trilheiro ainda meio molhado, cheio de rastros de bois. Desatou uma corrida. Precisava agir apressadamente. Saiu na grota. Havia ainda água suja correndo. Foi subindo ali beirando. Notava que a enchente tinha sido arrasadora. Por ali a Maninha devia ter passado, arrastada pela enchente, morta decerto. O coraçãozinho dele se afligia mais e mais à medida que ele se aproximava de onde tinha feito o chiqueirinho. Chegou. Parou de estalo. A respiração carregadinha de emoção. Os olhos arregalados. “Cadê o chiqueirinho?” Não havia mais nada. A enchente tinha levado tudo. Não havia um pau sequer da cerquinha que ele tinha feito. Certamente a Maninha tinha sido levada e aquela hora já estava rodando longe no rio Paranaíba. Lá no fundo só havia um poço com água suja. Os olhos dele começaram a marejar água de choro. - Fiz coisa errada. Falou alto. A voz saiu com lágrimas. Ele espalhou o pranto do rosto. Agachou. Sentou no capim. Estava suado. O sol tinha se tornado quente. Era uma tristeza muito grande invadindo a natureza dele. Agora podia apanhar que não tinha importância. Levantou-se. Os olhos ainda borbulhando lágrimas. “Também não conto pra ninguém. Ela morreu na enchente. Não é minha mais, mas também não vai ser de ninguém. Nunca mais.” Estava desolado. O azul do céu não valia nada. As flores enfeitiçando a natureza ainda verde também não valiam coisa alguma. A ilusãozinha dele naquela época da vida era sua porquinha de estimação. Agora não sabia o que fazer. Ir para casa não podia. Era até perigoso encontrar o pai em casa. Estava tão sem sorte! O jeito era voltar para a escola. Mas não devia entrar. “Foi o Valtério! Ele é que me fez esconder a Maninha nessa grota pra ela morrer na enchente. Vou voltar lá na escola e dar outro murro no nariz dele. O Orlando não vai deixar ele me bater.” Levantou a cabeça. Os olhos ainda lagrimando. Não. Decidiu que ia descer beirando a grota. Talvez a porquinha estivesse presa nalguma forquilha, nalguma galhada ou até mesmo nalgum buraco no barranco. Decidiu que não ia mesmo entrar na escola e, portanto tinha tempo para ficar bestando por ali, curtindo aquela tristeza enorme. Decidiu apanhar algumas pedras na pedreira não longe da grota. Caminhou beirando moitas bastas de capim-jaraguá. - Arruf-ruf-ruf. Uma porca roncou valentemente numa espessa moita ali perto. Nem parecia o ronco da Maninha, mas era ela sim. Zezinho quase tinha pisado na cria. - Maninha!? Maninha!? A porquinha parecia estar brava. Bateu queixo. Estava enciumada, protegendo os leitõezinhos. - Deu cria, Maninha!? A enchente não te levou, danadinha? Zezinho estremeceu sob o domínio da emoção. Esqueceu de tudo. Não tinha que brigar com ninguém e tomar mais uma surra do pai não tinha importância. - Maninha, minha nega! A princípio a porquinha parecia estar enraivecida, tocada de ciúme por causa da cria, mas de repente, ficou calma. Roncou com ternura. (Jair Vitória. Zezinho, o dono da porquinha preta.) |
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Vocabulário:
Arrasador- destruidor, demolidor, devastador. basto- cerrado, compacto, fechado. capim-Jaraguá – erva de origem africana, muito cultivada por ser uma excelente pastagem. rastro – sinal, vestígio INTERPRETAÇÂO
1-. Construa uma frase com a
expressão “sair de fininho.”
2-. Responda:
a)
Quem é a protagonista ou personagem principal?
b) Qual é o assunto do texto?
3- No 1º parágrafo do texto, Zezinho
sai emocionado à procura de Maninha. Transcreva trechos do texto que
expressam sentimentos de:
a) urgência b) sofrimento c) emoção
d) raiva e) susto, medo f) carinho
4- Por que, depois que a porquinha
sumiu, Zezinho não se importava mais com o “azul do céu” e com as flores
enfeitiçando a natureza”?
Por que Zezinho não podia voltar para casa? |
6-
Zezinho culpa Valtério da morte de Maninha. Qual sua opinião sobre
isso?
7-
Zezinho precisava de alguém que o protegesse e o amparasse. Que frase
do texto expressa isso?
8-
Em dois momentos diferentes, Zezinho sentiu que não tinha importância
apanhar do pai. Explique esses momentos.
a) 1º momento b) 2º momento
9- Como a porquinha demonstrou amor
pelo menino?
10-
O que você faria se estivesse no lugar de Zezinho?
11- responda
a- Espaço:
12- foco narrativo ( ) 1ª pessoa ( )
2º pessoa
13- tempo ( ) cronológico ( ) psicológico
Causo
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