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E.E.”Dr JOAQUIM
VILELA”
AVALIAÇÂO DE LÍNGUA PORTUGUESA / 2012
ALUNO
(A):_______________________________________________Nº___ SÉRIE:
PROFESSOR:
________________________________ VALOR: _____
NOTA: _______ BOA SORTE!!!
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(VERÍSSIMO, Luís Fernando. Correio
Braziliense. 13/06/1999.)
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No texto, considera-se que o melhor do namoro
é o ridículo associado
(A) às brigas por amor.
(B) às mentiras inocentes.
(C) às reconciliações felizes.
(D) aos apelidos carinhosos.
(E) aos telefonemas intermináveis.
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TODO PONTO DE VISTA É A VISTA DE UM PONTO
Ler
significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem.
E interpreta a partir de onde os pés pisam.
Todo ponto de vista é um ponto. Para entender
como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é sua visão de
mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de
onde os pés pisam. Para compreender, é essencial
conhecer o lugar social de quem olha. Vale
dizer: como alguém vive, com quem convive, que experiências tem, em que
trabalha, que desejos alimenta, como assume os dramas da vida e da morte e
que esperanças o animam. Isso faz da compreensão sempre uma
interpretação. Leonardo. A
águia e a galinha. 4ª ed. RJ: Sextante, 1999
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A expressão “com os olhos que tem” (l.1), no
texto, tem o sentido de
(A) enfatizar a leitura.
(B) incentivar a leitura.
(C) individualizar a leitura.
(D) priorizar a leitura.
(E) valorizar a leitura.
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CANGURU
Todo mundo sabe (será?) que canguru vem de
uma língua nativa australiana e quer dizer “Eu Não Sei”. Segundo a lenda, o
Capitão Cook, explorador da Austrália, ao ver aquele estranho animal dando
saltos de mais de dois metros de altura, perguntou a um nativo como se
chamava o dito. O nativo respondeu guugu yimidhirr, em língua local,
Gan-guruu, “Eu não sei”. Desconfiado que sou dessas divertidas origens,
pesquisei em alguns dicionários etimológicos. Em nenhum dicionário se fala
nisso. Só no Aurélio, nossa pequena Bíblia – numa outra versão. Definição
precisa encontrei, como quase sempre, em Partridge:
Kangarroo; wallaby As palavras kanga e
walla, significando saltar e pular, são acompanhadas pelos sufixos rôo
e by, dois sons aborígines da Austrália, significando quadrúpedes.
Portanto quadrúpedes puladores e quadrúpedes saltadores. Quando comuniquei a
descoberta a Paulo Rónai, notável lingüista e grande amigo de Aurélio Buarque
de Holanda, Paulo gostou de saber da origem “real” do nome canguru. Mas
acrescentou: “Que pena. A outra versão é muito mais bonitinha”. Também acho.
Millôr Fernandes, 26/02/1999. Internet
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Pode-se inferir do texto que
(A) as descobertas científicas têm de ser
comunicadas aos lingüistas.
(B) os dicionários etimológicos guardam a
origem das palavras.
(C) os cangurus são quadrúpedes de dois
tipos: puladores e saltadores.
(D) o dicionário Aurélio apresenta tendência
religiosa.
(E) os nativos desconheciam o significado de canguru
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SENHORA (Fragmento)
Aurélia passava agora as noites solitárias.
Raras vezes aparecia Fernando, que arranjava
uma desculpa qualquer para justificar sua ausência. A menina que não pensava
em interrogá-lo, também não contestava esses fúteis inventos. Ao contrário
buscava afastar da conversa o tema desagradável. Conhecia a moça que Seixas
retirava-lhe seu amor; mas a altivez de coração não lhe consentia queixar-se.
Além de que, ela tinha sobre o amor idéias singulares, talvez inspiradas pela
posição especial em que se achara ao fazer-se moça.
Pensava ela que não tinha nenhum direito a
ser amada por Seixas; e, pois toda a afeição que lhe tivesse, muita ou pouca,
era graça que dele recebia. Quando se lembrava que esse amor a poupara à
degradação de um casamento de conveniência, nome com que se decora o mercado
matrimonial, tinha impulsos de adorar
a Seixas, como seu Deus e redentor. Parecerá estranha essa paixão veemente,
rica de heróica dedicação, que, entretanto assiste calma, quase impassível,
ao declínio do afeto com que lhe retribuía o homem amado, e se deixa
abandonar, sem proferir um queixume, nem fazer um esforço para reter a
ventura que foge.
Esse fenômeno devia ter uma razão
psicológica, de cuja investigação nos abstemos; porque o coração, e ainda
mais o da mulher que é toda ela, representa o caos do mundo moral. Ninguém
sabe que maravilhas ou que monstros vão surgir nesses limbos. ALENCAR, José de. Capítulo VI. In: __.Senhora. São Paulo: FTD,
1993. p. 107-8.
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O narrador revela uma opinião no trecho
(A) “Aurélia passava agora as noites
solitárias.”
(B) “...buscava afastar da conversa o tema
desagradável.”
(C) “...tinha impulsos de adorar a Seixas,
como seu Deus...”
(D) “...e se deixa abandonar, sem proferir um
queixume,...”
(E) “Esse fenômeno devia ter uma razão
psicológica,...”
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RETRATO
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
Tão simples, tão certa, tão fácil:
— Em que espelho ficou perdida a minha face?
MEIRELES, Cecília: poesia. Por Darcy
Damasceno.
Rio de Janeiro, Agir, 1974. p 19-20.
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O tema do texto é
(A) a consciência súbita sobre o
envelhecimento.
(B) a decepção por encontrar-se já
fragilizada.
(C) a falta de alternativa face ao
envelhecimento.
(D) a recordação de uma época de juventude.
(E) a revolta diante do espelho.
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Ciça, In: Folha de São Paulo, 7 jul.
1985, Suplemento Mulher.
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O comportamento da personagem Pina no
terceiro quadrinho sugere
(A) caridade.
(B) entusiasmo.
(C) gratidão.
(D) interesse.
(E) satisfação.
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A SOMBRA DO MEIO-DIA
A Sombra
do Meio-Dia é o belo título de um romance lançado recentemente, de
autoria do diplomata Sérgio Danese. O livro trata da glória (efêmera) e da
desgraça (duradoura) de um ghost-writer, ou redator-fantasma – aquele
que escreve discursos para outros. A glória do ghost-writer de Danese
adveio do dinheiro e da ascensão profissional e social que lhe proporcionaram
os serviços prestados ao patrão – um ricaço feito senador e ministro,
ilimitado nas ambições e limitado nos escrúpulos como soem ser as figuras de
sua laia. A desgraça, da sufocação de seu talento literário, ou daquilo que
gostaria que fosse talento literário, posto a serviço de outrem, e ainda mais
um outrem como aquele. As exigências do patrão, aos poucos, tornam-se
acachapantes. Não são apenas discursos que ele encomenda. É uma carta de amor
a uma bela que deseja como amante. Ou um conto, com que acrescentar às
delícias do dinheiro e do poder, a glória literária. Nosso escritor de
aluguel vai se exaurindo. É a própria personalidade que lhe vai sendo sugada
pelo insaciável senhorio. Na forma de palavras, frases e parágrafos, é a alma
que põe em continuada venda. Roberto Pompeu de Toledo, Revista VEJA, ed.1843,
3 de março de 2004. Ensaio p. 110.
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O texto foi escrito com o objetivo de
(A) conscientizar o leitor.
(B) apresentar sumário de uma obra.
(C) opinar sobre um livro.
(D) dar informações sobre o autor.
(E) narrar um fato científico.
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Texto I
CARTA (fragmento)
A terra não pertence ao homem; é o homem que
pertence à terra. Disso temos
certeza. Todas as coisas estão interligadas,
como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. O que fere
a terra fere também os filhos da terra. Não foi o homem que teceu a trama da
vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo que ele fizer à trama, a si
próprio fará.
Carta do cacique Seattle ao presidente dos
EUA em 1855. Texto de domínio público distribuído pela ONU.
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Texto II
DICIONÁRIO DE GEOGRAFIA (fragmento)
Segundo o geógrafo Milton Santos: “o espaço
geográfico é a natureza modificada pelo homem através do seu trabalho”. E “o
espaço se define como um conjunto de formas representativas de relações
sociais do passado e do presente e por uma estrutura representada por
relações sociais que estão acontecendo diante dos nossos olhos e que se
manifestam através de processos e funções”.
GIOVANNETTI,
G. Dicionário de Geografia. Melhoramentos, 1996.
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Os dois textos diferem, essencialmente,
quanto
(A) à abordagem mais objetiva do texto I.
(B) ao público a que se destina cada texto.
(C) ao rigor científico presente no texto II.
(D) ao sentimentalismo presente no texto I.
(E) ao tema geral abordado por cada autor.
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QUANDO A SEPARAÇÃO NÃO É UM TRAUMA (Fragmento).
A Socióloga Constance Ahrons, de Wisconsin,
acompanhou por 20 anos um grupo de 173 filhos de divorciados. Ao atingir a
idade adulta, o índice de problemas emocionais nesse grupo era equivalente ao
dos filhos de pais casados. Mas Ahrons observou que eles "emergiam mais
fortes e mais amadurecidos que a média, apesar ou talvez por causa dos
divórcios e recasamentos de seus pais". (...) Outros trabalhos apontaram
para conclusões semelhantes. Dave Riley, professor da universidade de
Madison, dividiu os grupos de divorciados em dois: os que se tratavam
civilizadamente e os que viviam em conflito. Os filhos dos primeiros iam bem
na escola e eram tão saudáveis emocionalmente quanto os filhos de casais
"estáveis". (...) Uma família unida é o ideal para uma criança, mas
é possível apontar pontos positivos para os filhos de separados. "Eles
amadurecem mais cedo, o que de certa forma é bom, num mundo que nos empurra
para uma eterna dependência.” REVISTA
ÉPOCA, 24/1/2005, p. 61-62.
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No texto, três pessoas posicionam-se em
relação aos efeitos da separação dos pais sobre os filhos: uma socióloga, um
professor e o próprio autor. Depreende-se do texto que
(A) a opinião da socióloga é discordante das
outras duas.
(B) a opinião do professor é discordante das
outras duas.
(C) as três opiniões são concordantes entre
si.
(D) o autor discorda apenas da opinião da
socióloga.
(E) o autor discorda apenas da opinião do
professor.
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A CIÊNCIA É MASCULINA? Attico Chassot Editora Unisinos, RS (51) 590-8239. 104 págs. R$ 12.
O autor procura mostrar que a ciência não é
feminina. Um dos maiores exemplos que se pode dar dessa situação é o prêmio
Nobel, em que apenas 11 mulheres de ciências foram laureadas em 202 anos de
premiação. O livro apresenta duas hipóteses, uma histórica e outra biológica,
para a possível superação do machismo em frase como a de Hipócrates (460-400
a.C.) considerado o pai da medicina, que escreveu: “A língua é a última coisa
que morre em uma mulher”. Revista GALILEU, Fevereiro de 2004
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A expressão “dessa situação” (l. 1) refere-se
ao fato de
(A) a ciência não ser feminina.
(B) a premiação possuir 202 anos.
(C) a língua ser a última coisa que morre em
uma mulher.
(D) o pai da medicina ser Hipócrates.
(E) o Prêmio Nobel foi concedido a 11
mulheres
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O TEATRO DA ETIQUETA
No século XV, quando se instalavam os Estados
nacionais e a monarquia absoluta na Europa, não havia sequer garfos e
colheres nas mesas de refeição: cada comensal trazia sua faca para cortar um
naco da carne – e, em caso de briga, para cortar o vizinho. Nessa Europa
bárbara, que começava a sair da Idade Média, em que nem os
nobres sabiam escrever, o poder do rei devia
se afirmar de todas as maneiras aos olhos de seus súditos como uma espécie de
teatro. Nesse contexto surge a etiqueta, marcando momento a momento o
espetáculo da realeza: só para servir o vinho ao monarca havia um ritual que
durava até dez minutos. Quando Luís
XV, que reinou na França de 1715 a 1774, passou a usar lenço não como simples
peça de vestuário, mas para limpar o nariz, ninguém mais na corte de Versalhes
ousou assoar-se com os dedos, como era costume. Mas todas essas
regras, embora servissem para diferenciar a
nobreza dos demais, não tinham a petulância que a etiqueta adquiriu depois.
Os nobres usavam as boas maneiras com naturalidade, para marcar uma diferença
política que já existia. E representavam esse teatro da mesma forma para
todos. Depois da Revolução Francesa, as pessoas
começam a aprender etiqueta para ascender
socialmente. Daí por que ela passou a ser usada de forma desigual – só na
hora de lidar com os poderosos.
Revista Superinteressante, junho 1988, nº 6 ano 2.
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Nesse texto, o autor defende a tese de que
(A) a etiqueta mudou, mas continua associada
aos interesses do poder.
(B) a etiqueta sempre foi um teatro
apresentado pela realeza.
(C) a etiqueta tinha uma finalidade
democrática antigamente.
(D) as classes sociais se utilizam da
etiqueta desde o século XV.
(E) as pessoas evoluíram a etiqueta para
descomplicá-la.
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HAVERÁ UM MAPA PARA ESTE TESOURO?
“Diversidade biológica” significa a
variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre
outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos
e os complexos ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a
diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas.” (Artigo 2
da Convenção sobre Diversidade Biológica). O
Brasil, país de dimensões continentais, sabidamente possui uma enorme
biodiversidade, sendo definida como a maior do planeta. Possuir muito, e de
diferentes fontes, ecoa aos nossos sentidos como ter à disposição, ao alcance
de todos, um grande tesouro. No entanto, todos sabemos que um grande tesouro
escondido em locais inacessíveis, ou mesmo localizado sob os nossos olhos,
sem que tenhamos possibilidade de enxergá-la, significa um grande sonho.... e
sonhos não costumam tornar-se realidade... podem até evoluir para pesadelos... Assim, fica evidente que o
conhecimento científico, embasado em fatos, é essencial para dar suporte a
hipóteses que gerem projetos que permitam expandir esses
conhecimentos e servir de partida para
projetos que permitam a aplicação racional e sustentada dessa riqueza. Todos
sabem que a pior atitude é “...matar a galinha dos ovos de ouro...”.
Portanto, precisamos saber de onde vêm os ovos, e como cuidar da galinha e
fazê-la reproduzir para que possamos transmitir essa riqueza como herança.
Regina Pakelmann Markus e Miguel Trefault Rodrigues. Revista Ciência & Cultura. Julho/agosto/setembro 2003.
p. 20.
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O trecho “evoluir para pesadelos...” é um argumento
para sustentar a idéia de que
(A) a
biodiversidade do Brasil é imensa e incontrolável.
(B) a
má utilização das riquezas naturais causa graves problemas.
(C) a
reprodução ostensiva da galinha dos ovos de ouro é problemática
(D)
o maior conhecimento da natureza causa-lhe mais riscos.
(E)
o sonho alto das pessoas faz com que sofram muito.
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13 DE DEZEMBRO
Passei
de carro pela Esplanada e vi a multidão. Estranhei aquilo. O motorista me
lembrou: “Hoje é 13 de dezembro, dia de Santa Luzia. A igreja dela está
cheia, ela protege os olhos da gente”. Agradeci a informação, mas fiquei
inquieto. Bolas, o 13 de dezembro tinha alguma coisa a ver comigo e nada com
Santa Luzia e sua eficácia nas doenças que ainda não tenho. O que seria?
Aniversário
de um amigo? Uma data inconfessável, que tivesse marcado um relacionamento
para o bom ou para o pior?
Não
lembrava de nada de importante naquele dia, mas ele piscava dentro de mim. E
as horas se passaram iluminadas pelo intermitente piscar da luzinha vermelha
dentro de mim. 13 de dezembro! Preciso tomar um desses tonificantes da
memória, vivo em parte dela e não posso ter brancos assim, um dia importante
e não me lembro por quê.
Somente
à noite, quando não era mais 13 de dezembro, ao fechar o livro que estava
lendo, de repente a luz parou de piscar e iluminou com nitidez a cena
noturna: eu chegando no prédio em que morava, no Leme, a Kombi que saiu dos
fundos da garagem, o homem que se aproximou e me avisou que o comandante do 1o Exército
queria falar comigo. Eram 11 horas da noite, estranhei aquele convite, nada
tinha a falar com o general Sarmento e não acreditava que ele tivesse alguma
coisa a falar comigo. Mas o homem insistiu. E outro homem que saíra da Kombi
já entrava dentro do meu carro, com uma pequena metralhadora. Naquela mesma
hora, a mesma cena se repetia pelo Brasil afora, o governo baixara o AI-5, eu
nem ouvira o decreto lido no rádio. Num motel da Barra, eu estivera à toa na
vida, e meu amor me chamara e eu não vira a banda passar. Tantos anos depois,
ninguém me chama nem me convida para falar com o comandante do 1o Exército.
O país talvez tenha melhorado, mas eu certamente piorei.
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No
texto, o que gera a inquietação do narrador é o fato de ele
(A)
constatar que não era um dia importante.
(B)
não se lembrar de algo muito importante.
(C)
saber que era dia de Santa Luzia.
(D)
ver uma grande multidão na Esplanada.
(E)
verificar que a igreja estava cheia de fiéis.
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A fadiga da informação (Fragmento)
Há
uma nova doença no mundo: a fadiga da informação. Antes mesmo da Internet, o
problema já era sério, tantos e tão velozes eram os meios de informação
existentes, trafegando nas asas da eletrônica, da informação, dos satélites.
A Internet levou o processo ao apogeu, criando a espécie dos internautas e
estourando os limites da capacidade humana de assimilar os conhecimentos e os
acontecimentos desse mundo. Pois os instrumentos de comunicação se
multiplicam, mas o potencial de captação humana – do ponto de vista físico,
mental e psicológico – continua restrito. Então, diante do bombardeio
crescente de informações, a reação de muitos tende a tornar-se doentia: ficam
estressados, perturbam-se e perdem a eficiência no trabalho. Já não se trata
de imaginar como esse fenômeno possa ocorrer. Na verdade, a síndrome da
fadiga da informação está em plena evidência, conforme pesquisa recente nos
Estados Unidos, na Inglaterra e em outros países, junto a 1300 executivos.
Entre os sintomas da doença apontam-se a paralisia da capacidade analítica, o
aumento das ansiedades e das dúvidas, a inclinação para decisões equivocadas
e até levianas. MARZAGÃO, Augusto. In: DIMENSTEIN, Gilberto. Aprendiz do
futuro: cidadania hoje e amanhã. São Paulo: Editora Ática, 1999.
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A síndrome da fadiga da informação ocorre porque
(A) a internet é muito rápida nas
informações que veicula.
(B) a captação humana de informações é
restrita e a oferta é infinita.
(C) os meios de informação geram ansiedade
em seus usuários.
(D) os instrumentos de comunicação conduzem
a decisões erradas.
(E) a capacidade humana se paralisa dado o
volume de conhecimento.
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ANEDOTINHAS
De
manhã, o pai bate na porta do quarto do filho:
—
Acorda, meu filho. Acorda que
está na hora de você ir para o colégio.
Lá
de dentro, estremunhando, o filho respondeu:
—
Ai, eu hoje não vou ao colégio. E não vou por três razões: primeiro, porque
eu estou morto de sono; segundo, porque eu detesto aquele colégio; terceiro,
porque eu não agüento mais aqueles meninos.
E
o pai responde lá de fora:
—
Você tem que ir. E tem que ir, exatamente, por três razões: primeiro, porque
você tem um dever a cumprir; segundo, porque você já tem 45 anos; terceiro,
porque você é o diretor do colégio. Anedotinhas do Pasquim. Rio de
Janeiro: Codecri, 1981, p. 8.
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No
trecho “Acorda, que está na hora de você ir para o colégio” (ℓ. 2), a
palavra sublinhada estabelece relação de
(A) adição.
(B) alternância.
(C) conclusão.
(D) explicação.
(E) oposição.
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A FORMIGA E A
CIGARRA
Era
uma vez uma formiguinha e uma cigarra muito amigas. Durante todo o outono, a
formiguinha trabalhou sem parar, armazenando comida para o período de
inverno. Não aproveitou nada do Sol, da brisa suave do fim da tarde nem do
bate-papo com os amigos ao final do expediente de trabalho, tomando uma
cervejinha. Seu nome era “trabalho” e seu sobrenome, “sempre”.
Enquanto
isso, a cigarra só queria saber de cantar nas rodas de amigos e nos bares da
cidade; não desperdiçou um minuto sequer, cantou durante todo o outono,
dançou, aproveitou o Sol, curtiu para valer, sem se preocupar com o inverno
que estava por vir. Então, passados alguns dias, começou a esfriar. Era o
inverno que estava começando. A formiguinha, exausta, entrou em sua singela e
aconchegante toca repleta de comida. Mas alguém chamava por seu nome do lado
de fora da toca. Quando abriu a porta para ver quem era, ficou surpresa com o
que viu: sua amiga cigarra, dentro de uma Ferrari, com um aconchegante casaco
de visom. E a cigarra falou para a formiguinha:
–
Olá, amiga, vou passar o inverno em Paris. Será que você poderia cuidar da
minha toca?
–
Claro, sem problema! Mas o que lhe aconteceu? Como você conseguiu grana pra
ir a Paris e comprar essa Ferrari?
–
Imagine você que eu estava cantando em um bar, na semana passada, e um
produtor gostou da minha voz. Fechei um contrato de seis meses para fazer shows
em Paris... A propósito, a amiga deseja algo de lá?
–
Desejo, sim. Se você encontrar um tal de La Fontaine por lá, manda ele pro
DIABO QUE O CARREGUE!
MORAL
DA HISTÓRIA: “Aproveite sua vida, saiba dosar trabalho e lazer, pois trabalho
em demasia só traz benefício em fábulas do La Fontaine”.
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Em relação ao texto original da fábula,
percebe-se ironia no fato de
(A) a cigarra deixar de trabalhar para
aproveitar o Sol.
(B) a formiga trabalhar e possuir uma toca.
C) a cigarra, sem trabalhar, surgir de
Ferrari e casaco de visom.
(D) a cigarra não trabalhar e cantar
durante todo o outono.
(E) a formiga possuir o nome “trabalho” e o
sobrenome “sempre”.
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O
ISLÃ NÃO É SÓ ÁRABE
Religião
abrange diversas etnias em todo mundo
Boa
parte da população ocidental acredita que o mundo islâmico é aquela porção de
países do Oriente Médio que têm como idioma oficial o árabe. Por isso, são
indevidamente considerados árabes alguns países de maioria islâmica, mas que
têm outros idiomas, como Turquia (línguas turca e curda), Irã (persa),
Afeganistão (pashtu e dari) e Paquistão (urdu e punjabi).
Existem
atualmente cerca de 1,3 bilhão de muçulmanos no mundo, como são denominados
os adeptos do islamismo. A maioria vive na Ásia, onde essa religião nasceu e
ganhou o mundo há cerca de 1.400 anos. Da Ásia, os muçulmanos passaram para o
norte da África − onde foram chamados de mouros − e parte da Europa.
Integraram-se com africanos, europeus das penínsulas ibérica e itálica e
outros povos. Hoje eles estão presentes também entre europeus,
norte-americanos e até brasileiros.
O
islamismo cresceu em número de adeptos muito mais fora do mundo árabe do que
no local em que a religião nasceu. Basta fazer uma comparação: os países
islâmicos mais populosos, como a Indonésia (com “apenas” 228 milhões de habitantes), o Paquistão (145
milhões), Bangladesh (131 milhões) e Nigéria (127 milhões) têm contingentes
humanos muito maiores que o Egito (70 milhões), país de maior população entre
os árabes, seguido de longe pelo Sudão (36 milhões). Até a Índia,
majoritariamente hindu, tem aproximadamente 100 milhões de muçulmanos.
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As aspas empregadas na palavra “apenas”
foram usadas para dar a ela um sentido
(A) irônico.
(B) crítico.
(C) metafórico.
(D) coloquial.
(E) técnico.
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LEITE
Vocês que têm mais de 15 anos, se lembram quando a
gente comprava leite em garrafa, na leiteria da esquina? (...)
Mas vocês não se lembram
de nada, pô! Vai ver nem sabem o que é vaca. Nem o que é leite. Estou falando
isso porque agora mesmo peguei um pacote de leite − leite em pacote, imagina,
Tereza! − na porta dos fundos e estava escrito que é pasterizado ou
pasteurizado, sei lá, tem vitamina, é garantido pela embromatologia, foi
enriquecido e o escambau.
Será que isso é mesmo
leite? No dicionário diz que leite é outra coisa: “líquido branco, contendo
água, proteína, açúcar e sais minerais”. Um alimento pra ninguém botar
defeito. O ser humano o usa há mais de 5.000 mil anos. É o único alimento só
alimento. A carne serve pro animal andar, a fruta serve para fazer outra
fruta, o ovo serve pra fazer outra galinha (...) O leite é só leite. Ou toma
ou bota fora.
Esse aqui examinando bem,
é só pra botar fora. Tem chumbo, tem benzina, tem mais água do que leite, tem
serragem, sou capaz de jurar que nem vaca tem por trás desse negócio.
Depois o pessoal ainda
acha estranho que os meninos não gostem de leite. Mas, como não gostam? Não
gostam como? Nunca tomaram! Múúúúúúú! Millôr Fernandes. O Estado de São Paulo.
22/08/1999.
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Ao
terminar a crônica com “Múúúúúúú”, o autor ao texto um tom de
(A) formalidade.
(B) humor.
(C) indiferença.
(D) jovialidade.
(E) seriedade.
24
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LUZ SOB A PORTA
—
E sabem que que o cara fez? Imaginem só: me deu a maior cantada! Lá, gente,
na porta de minha casa! Não é ousadia demais?
—
E você?
—
Eu? Dei telogo e bença pra ele; engraçadinho, quem ele pensou que eu era?
—
Que eu fosse.
—
Quem tá de copo vazio aí?
—
Vê se baixa um pouco essa eletrola, quer pôr a gente surdo? (VILELA,
Luiz. Tarde da noite. São Paulo: Ática, 1998. p. 62.)
|
O
padrão de linguagem usado no texto sugere que se trata de um falante
(A)
escrupuloso em ambiente de trabalho.
(B)
ajustado às situações informais.
(C)
rigoroso na precisão vocabular.
(D)
exato quanto à pronúncia das palavras.
(E)
contrário ao uso de expressões populares.
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OS DIREITOS DA CRIANÇA
Toda criança tem direito à
igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
Toda criança tem direito a crescer dentro de um
espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos.
Toda criança tem direito a um nome, a uma
nacionalidade.
Toda criança tem direito ao amor e à compreensão por
parte dos pais e da sociedade.
Toda criança tem direito à educação gratuita e ao
lazer infantil.
Toda criança tem direito à alimentação, moradia e
assistência médica para si e para a mãe.
Toda criança tem direito a ser socorrida em primeiro
lugar.
Toda criança física ou mentalmente deficiente tem
direito à educação e a cuidados especiais.
Toda criança tem direito a especial proteção para o
seu desenvolvimento físico, mental e social.
Toda criança tem direito a ser protegida contra o
abandono e a exploração no trabalho.
Cereja, William Roberto & Magalhães, Thereza
Cochar. Português: Linguagens. São Paulo: Atual, 1998. p. 77.
|
Usando o termo “Toda” no início de cada
frase, o texto
(A) enfatiza a idéia de universalidade.
(B) estabelece independência com o termo
“criança”.
(C) estabelece maior vínculo com o leitor.
(D) faz uma repetição sem necessidade.
(E) reforça a especificidade de cada idéia.
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25 de jul. de 2012
Prova de Língua Portuguesa5
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